domingo, 29 de maio de 2011

FLORIANOPOLIS

F elicidade
L eveza
O olhar
R esplandecer
I maginação
A mor
N ascimento
O rganizar
P aixão
O cultar
L etra
I ndiscutível
S abedoria

OSCAR HENRIQUE MARQUES CARDOSO

PAULO

P aixão por acreditar
A mar é um verbo a sempre conjugar
U ma vez não, amar é sempre assim
L etra de uma canção sem fim
O rgulho por ter um coração que bate com amor



OSCAR HENRIQUE MARQUES CARDOSO

CANOAS, COM RIMA E COM AMOR

Chegando assim de tranco
parei no Rio Branco
Ah, como a saudade dói
Falta que me faz, Niterói

A vida é uma alegria
Assim és tu, Harmonia

Junto as mãos
a ti com fé e raça
Nossa Senhora das Graças

Assim a cidade me encara
Ao passar pelo Igara

Canoas do meu caminhar
Canoas do meu cantar
Da Mathias
Do Guajuviras
Da Estância Velha
Do São Luiz

Canoas, assim eu sou
feliz e feliz

OSCAR HENRIQUE MARQUES CARDOSO

MORENA DO RIBEIRÃO

Foi na beira da praia
no ribeirão
que vi
a minha paixão

Morena afinada
alinhada
de saia
rodada
bordada
ligeira
morena faceira

Ali eu me perdi
Não me vi
Não me senti

Não sei
se viverei
sem te olhar
olhar para teus olhos
morena faceira
rendeira
morena do ribeirão
de boca vermelha
de sorriso
de paixão

Assim que puder
quando o céu couber
eu pego uma estrela
a que passa em cima do ribeirão
e com a minha mão
trago pro coração
morena do ribeirão
mulher
cheia de paixão

OSCAR HENRIQUE MARQUES CARDOSO

quarta-feira, 25 de maio de 2011

DIVERSIDADE

É verdade
É realidade
É equidade
É a maturidade
De uma sociedade

Ser plural
Ser real
Ser igual
Ser racional
Amplamente
Ser cultural

Negro
Branco
Índio
Cafuso
Mameluco
No Brasil
Tem claro
Tem branco
Tem escuro

Mas o racismo é absurdo
É doença
É avareza
É pobreza

Diversidade
É amar
É respeitar
É considerar
É sentir
Refletir
Agir
Ouvir
Não reprimir

Diversidade
É amar
É respeitar
Com muita
Com plena
Com a máxima
Verdade

OSCAR HENRIQUE MARQUES CARDOSO

terça-feira, 24 de maio de 2011

SECSO

S ei que não posso mais viver sem ti
E scuto o teu falar, todos os dias assim que acordo
C aminho em busca de um local para estar contigo
S atisfaço o meu desejo diário em olhar para tua foto
O olho e admiro o amor que sinto por ti, o desejo, o tesão, o coração

SECSO


OSCAR HENRIQUE MARQUES CARDOSO

PORNO

P orque eu não consigo te entender
O uço o que tu me dizes
R eflito no que tu esperas de mim
N ada me faz esquecer o teu olhar, o teu beijo, o teu cheiro, o teu ar
O lho para ti e meu coração pulsa, feliz e feliz

PORNO



OSCAR HENRIQUE MARQUES CARDOSO

segunda-feira, 23 de maio de 2011

MALHADO, ESTE VOCÊ PODE CONFIAR

Em toda a rua de subúrbio, não tenho a certeza de todas porque não saí para contar, mas creio que em boa parte, há uma calçada estreita, carros antigos estacionados, casas com janelas pequenas e um cachorro, ou uma cachorrada latindo ou correndo atrás de alguma cadela no cio. Naquela rua onde morei, cresci, briguei, namorei, casei, tive meus filhos e de lá parti para outras paragens havia uma casa rosa. Amplas janelas denunciavam que ali moravam pessoas muito especiais. Uma delas era a dona Geni. Viúva de um policial civil, ex-delegado do bairro, dona Geni criou seus filhos – duas mulheres e um homem e hoje prepara deliciosos doces para esperar os seus quatro netos. Todo o domingo é assim. Aquela casa rosa, naquela rua de Ramos, no Rio de Janeiro, ganha um brilho ainda mais especial. O aroma frugal e doce que sai das panelinhas da cozinha de Dona Geni são os mais sensacionais. São sabores incríveis e também os mais apaixonantes. Porque a dona Geni é apaixonada por seus netos. Ela ama a vida. Dona Geni conta com duas proteções de peso: Jesus Cristo e o seu inseparável e fiel escudeiro: o Malhado.

É um cachorro digamos... nobre, único em sua espécie. Não que pertença a raça dos malhadus grandis peludis não, porque esta raça não existe. Malhado é um velho vira lata, branco, com manchas marrons no pelo e com um enorme rabo. Quando o rabo do Malhado balança, prepare-se: pode ser um gesto de carinho ou então um rompante de proteção a sua idosa e amada dona. Malhado não cuida só da casa de Dona Geni. Tem livre acesso ao pátio e ao corredor de casas de uma senhora também muito especial.
Dona Rosinha é vizinha de dona Geni. Também viúva, mora em uma casa ampla, com janelas azuis e parede branca. A casa de dona Rosinha é a primeira da pequena vila de casas onde fica situada. São inquilinos da dona Rosinha, o barbeiro Horácio, um senhor sexagenário, cearense, que mora com a costureira Raimunda. Raimunda tem as mãos de ouro. A primeira calça de linho feita por ela... a gente nunca esquece. Maria do Carmo, diarista, também mora num pequeno cômodo, com o bêbado e chato marido, o desempregado Osvaldo. O Osvaldo, este é uma “mala sem alça”. Quando não está bêbado, está de mau humor. Nem o mais belo dia de sol do Rio de Janeiro consegue fazer com que ele dê um sorriso. Acho que nem no dia em que seu filho, Pedro, nasceu, este homem não deu sorriso algum. Haja purgante e reza braba pra curar a chatice do Osvaldo. Maria do Carmo é mulher de fé. Não perde nenhum culto da Igreja Universal, principalmente as correntes. Ela tem uma fé inabalável. Fé que ajudou a curar Pedro de uma forte pneumonia quando criança. Pedro hoje é militar, é casado e não mora no Rio de Janeiro. Mora no Rio Grande do Sul. Maria do Carmo conta com o carinho de Geni, Rosinha e também dos vizinhos. Todos já disseram a ela para se separar de Osvaldo. Mas ela disse que o dia de ele sair de sua vida está chegando e que Deus fará a obra. Será? Acho que o caso de Osvaldo será difícil de resolver.

A semana passou. Choveu, fez calor, fez frio, deu praia, deu arrastão, deu ressaca. Assim é o Rio, acontece tudo ao mesmo tempo, principalmente no clima. Era domingo. O bairro ainda acordava. Simples, alegre, as ruas se enfeitavam, era um dia alegre no subúrbio. Era dia de pegar o trem na Leopoldina para comer churrasco na casa dos parentes, curtir um pagode no pé sujo da esquina, ver o jogo do Flamengo com amigos e, é claro, acompanhado de uma loira gelada. Na zona sul é bom, mas no subúrbio também é bom. Domingo no subúrbio é assim. Dona Geni acordou cedo, abriu a janela do quarto, olhou para o céu, viu o sol. Abriu a porta da cozinha e lá viu o Malhado, deitadinho, ainda acordando, pronto para mais um domingo de cuidados e de afagos pela vizinhança. O Malhado tinha até página de fãs no Orkut. O Malhado era conhecido por toda a rua. Era um cachorro amigo, um cão que protegia a todos. Acho que em sua morte, deveriam mudar o nome da rua. Batiza-la de Rua Malhado. Era o melhor nome que poderia se dar ao logradouro.

Dona Rosinha passou e chamou dona Geni no portão:

- Geni, vamos à igreja! Tá na hora, minha amiga!

Dona Geni, chega na janela e pede para Rosinha aguardar:

- Rosinha, estou dando comida para os pássaros e também o leite pro Malhado. Eu já vou com você. Me espere um pouquinho.

A amável Rosinha esperou e, sorrindo, deu um bom-dia para Maria do Carmo, que também saía de casa.

- Maria do Carmo, que cara é essa? Você não dormiu à noite?

Com os olhos marejados, a vizinha lhe respondeu:

- Não dona Geni. Osvaldo saiu ontem de casa e até agora não voltou. Tenho medo. Vou para o culto orar. Tenho medo que ele me mate.

Assustada, Rosinha lhe disse:

- Sangue de Jesus tem poder! Este louco não vai fazer isso. No mínimo ele foi para a Vila Mimosa e por lá se meteu com algum rabo-de-saia. Aliás, rabo não, com mulher sem saia mesmo. É um homem sem respeito. Larga este traste minha amiga!

Neste tempo, dona Geni chega e vê as duas conversando. Ela se aproxima e fala com Maria do Carmo:

- Minha querida Maria, o que houve? O que foi que o Osvaldo te fez? Dormiu fora de casa de novo?

Maria do Carmo confirma:

- Dormiu sim. Ele dormiu fora. Estou preocupada. Estou com medo que aconteça algo com ele e comigo também. É um homem muito doido. Está possuído pelo demônio.

Geni responde:

- Está possuído e perdido. Deixa este homem ir embora. Ele não te ama e também não te respeita. Você é uma mulher nova, bonita. Larga dele e vai pro Sul morar com o teu filho. Ele e a mulher dele são pessoas boas e vão te acolher na casa deles. Deixa este velho imundo ficar embaixo da ponte.

Com fé, Maria do Carmo sintetiza:

- Só Deus é que pode me separar deste homem. Também não o amo mais como marido. Mas eu não posso o largar. Só Jesus pode me salvar.

Conversando, as três amigas vão para a igreja. Maria do Carmo vai ao culto da Igreja Universal em Bonsucesso. É domingo de Santa Ceia. Geni e Rosinha vão até a igreja do bairro. Vão rezar para Santa Rita. Geni já deixou o doce de leite pronto e esfriando no tacho, deixou os legumes cortados e lavados para fazer um ensopado e também temperou, ainda no sábado à noite, o frango para servir com arroz e macarrão para a filha Alessandra, que vai lhe visitar com o Marido, Ricardo, e os netos, Thiago e Francisco. As crianças levam alegria a casa de dona Geni, e Malhado fica balançando o rabinho quando sabe que eles vão chegar.

A missa acabou e o culto também. Por coincidência, as três amigas se encontraram na parada de ônibus, próximo a rua onde moram. Ao voltarem juntas para as suas casas, ambas conversam:

- Maria do Carmo, será que Osvaldo já chegou em casa?

- Não sei dona Geni. Acho que sim. Deve estar deitado na cama, só de cuecas e bêbado, como sempre. Assim são os meus domingos, tristes, muito tristes.

- Menina, vá lá pra casa almoçar comigo. Hoje meus meninos não vão lá em casa me ver. Foram para Cabo Frio passar o final de semana com meu irmão que mora lá. Vou fazer um arroz com camarão. Vai almoçar comigo...

- Não sei dona Rosinha. Não posso deixar o Osvaldo sem comida não, disse Maria do Carmo.

Dona Geni entra em casa. Malhado, que está deitado no pátio, dá alguns latidos e balança o rabo. É sinal que algo aconteceu, ou vai acontecer. Dona Geni acarinha a cabeça do animal, abana para as amigas e entra em casa. Afinal, está quase na hora do almoço de domingo começar. Malhado sai da casa de dona Geni e acompanha dona Rosinha e Maria do Carmo até o pátio da morada. Dona Geni também acaricia a cabeça do animal e dá sorrisos. Maria do Carmo também gosta de Malhado. E brinca também com o cachorro. Malhado abre a boca, parece que está sorrindo e gostando da companhia de suas amigas. Ele balança o rabo e acompanha as duas.

Passado pouco mais do meio-dia, Alessandra e Ricardo chegam até a casa rosada de Dona Geni. São recebidos por Malhado, que late e pula no casal. Eles também saúdam o cachorro e as crianças já saem do Fiat Marea de Ricardo pulando e chamando pelo Malhado. Malhado brinca, joga bolinha com as crianças e assim vai o domingo. Um domingo de paz, um domingo de amor, um domingo de alegria. Alegria... até o final da tarde, quando uma grande confusão estoura no pátio de dona Geni.

Eram pouco mais de seis horas da tarde, quando uma gritaria veio do pátio de dona Rosinha. Nervosos, seu Horácio e dona Raimunda colocaram a cara para fora da porta. Da última casa da vila, vinham choros e gritos. Era algo fora do normal. Maria do Carmo gritava, pedia socorro, chorava e clamava a Jesus para salva-la. Eram copos quebrando, xícaras voando, coisas caindo no chão. Osvaldo berrava com a mulher. Eram gritos ilegíveis, misturados com palavrões. Parecia que o Diabo estava morando naquela casa. Dona Rosinha, assustada foi ao telefone e chamou a polícia. Enquanto a polícia não chegava, a vizinhança começava a se acumular na porta da casa da simpática moradora de Ramos. O futebol deu lugar àquela confusão. Era um fuzuê mesmo, com tudo o que tinha direito.

Alessandra ficou com as crianças em casa, para protege-las. Podia ser bala perdida, assalto, qualquer coisa. Afinal de contas, o Rio está violento sim. Ricardo saiu da casa e dona Geni, curiosa foi também para o meio da rua, tentar entender o que acontecia no pátio da casa da vizinha. Malhado arregalou os olhos, levantou as orelhas e abanou o rabo. Era hora de entrar em ação. O tumulto saiu do pátio e ganhou a calçada. Maria do Carmo saiu correndo de dentro do cômodo onde morava. E Osvaldo, com os olhos vermelhos e mais parecendo louco, sem camisa e de bermuda, com uma sacola numa das mãos, sai com uma faca em punho, para atacar a pobre e cristã Maria do Carmo. Envergonhada com aquele fisaco, Maria do Carmo sai correndo e vai em direção aos vizinhos. É um alvoroço só. Osvaldo, o louco, bêbado, e outras coisas piores, sai do pátio. Antes, olha para dona Rosinha, levanta a faca e diz:

- Eu vou voltar aqui. Vou acabar com a senhora, sua velha maldita. Antes, eu vou sangrar esta mulher. Vou sangrar e vou fugir. Polícia e ninguém vem atrás de mim. Se vir, eu me mato, eu corto os meus pulsos e vou culpar a vocês! Grita o enlouquecido Osvaldo.

Dona Rosinha, num ato de valentia, no alto dos seus 75 anos, olha para o homem e diz:

- Vai maldito! Vai embora, infeliz. Ninguém te quer aqui. Tu não mata ninguém, porque quem ameaça não faz. Ô meu Deus, obrigado por não fazer o teu filho ver esta tua baixaria. Ele não está aqui e eu vou ligar pro Sul e contar pra ele o que você ta fazendo com a mãe dele. Bandido! Sai daqui!

Maria do Carmo grita assustada:

- Osvaldo, vai embora daqui. Osvaldo, um dia eu te amei, te conheci, tivemos o nosso filho. Ele cresceu, é um homem de bem, tem família. Agora você é velho. É um velho ruim. Jesus, me salva. Osvaldo, te perdôo, mas te peço. Não me mata! Vai embora, vai pra tua bebida, vai pras tuas vagabundas. Me deixa em paz! Jesus cuida de mim. Jesus vai me ajudar ...e eu vou embora morar com o meu filho, em Porto Alegre. Jesus, Jesus, me salva....

Foi neste dramático momento em que Osvaldo, que estava sendo contido pelo seu Horácio e por Ricardo, marido de Alessandra, filha de dona Geni, conseguiu se desvencilhar dos dois homens. Com uma força descomunal, ele partiu para cima de Maria do Carmo e, com a faca apontada para ela, e com uma sacola na outra mão, pegou a mulher de tantos anos e lutas pelos cabelos. Um grito e um choro fino marcou aquele momento. Maria do Carmo achou que ia morrer ali, no meio da rua, defronte aos vizinhos de mais de duas décadas.

Num ato de heroísmo, o Malhado, aquele cão branco com pintas marrons no pelo, deu um salto. A pontaria foi certeira. O animal pegou o braço esquerdo, onde o louco do Osvaldo conduzia a faca. Osvaldo, com raiva, pegou a sacola e começou a bater no cachorro. O cachorro rusnava e também olhava firmemente para o homem que o agredia também. Foi uma luta espantosa. Ninguém esperava ver aquela cena. Nem as idosas vizinhas, nem Maria do Carmo, que perdeu um pouco de cabelo ao se desvencilhar das mãos do marido agressor e nem o restante da rua, que via o Malhado como um cachorro tranqüilo.

Osvaldo, com o braço sangrando, largou a faca no chão. Ainda tentou desferir um golpe no cachorro, mas não conseguiu. Malhado deu o golpe perfeito. Uma patrulhinha entrou na rua, com a sirene ligada, tentando afastar a multidão da cena. Osvaldo, rápido e rasteiro, saiu correndo para o lado inverso ao do carro da polícia. Saiu com a sacola um pouco rasgada no braço e com o sangue pingando. As crianças da rua saíram correndo atrás dele, jogando pedras e o xingando. Chamavam-o de bandido, de batedor de mulher, de covarde, de tudo quanto eram ofensas. Naquela hora, as crianças fizeram a catarse que toda a rua queria fazer. O negócio era jogar pedra no Osvaldo. O agressor fez sinal para um táxi que passava na rua próxima dali , embarcou no veículo e sumiu.

Maria do Carmo foi trazida para o portão de dona Geni. Todos a acolheram. Nervosa, a mulher tomou um copo de água com açúcar e o policial militar que estava na patrulhinha convidou-a a lhe acompanhar até a delegacia do bairro para prestar ocorrência. Fora uma tentativa de homicídio, seguida de ameaça. Dona Rosinha, que não quis saber de confusão, não foi a polícia. Dona Geni, os netos, Alessandra, Ricardo, e toda a vizinhança, ficaram surpresos com um gesto inesperado.

Jamais esperavam que o Malhado, aquele cachorro velho, gordo e branquinho, iria ter um ato como aquele. Assim que Maria do Carmo entrou na viatura policial, acompanhada de dona Raimunda e seu Horácio, Malhado deu um latido e também entrou na viatura policial.

Como um último ato de bravura, de heroísmo, de fibra e de virtude, o cachorro foi à frente da viatura, em uma janela, com as patas cruzadas no vidro e latindo. Malhado quis ir até a delegacia acompanhar Maria do Carmo. Ele sim quis ser testemunha e também apontar a responsabilidade criminal de Osvaldo. Todos riram. Osvaldo não voltou mais para Ramos. Para onde foi? Nem Jesus Cristo não quer saber dele. Nem nós.

O pequeno Thiago, neto de Dona Geni, resumiu o fato com uma pequena frase:

- Malhado, este você pode confiar..............

UM TIRO DERRUBA UM HERÓI

A notícia vem e vem trágica no noticiário do rádio: "Tiroteio e morte no Tuiuti. Três mortos e dez feridos em uma troca de tiros com a polícia".

Águida estava em casa, terminando de fazer uma costura. Já havia passado o café para esperar seu filho, Cícero, chegar de mais um dia de trabalho. Cícero era policial militar. Era lotado na região de Madureira, mas frequentemente era chamado para cobrir ações policiais em outras regiões da zona norte da cidade. Não eram poucas as vezes que Cícero cortava a Avenida Brasil ou a Linha Vermelha em alta velocidade. O combate ao crime no Rio de Janeiro tinha se intensificado. A ordem era deixar a cidade limpa, limpa da ação do crime organizado. Tudo para o Rio de Janeiro sediar a Copa do Mundo, a começar pela Copa das Confederações. O Rio de Janeiro tinha que estar limpo e perfeito para 2014.

Aquela notícia, transmitida pela rádio tocou no coração de Águida. Mãe experiente, viúva de policial militar, o qual não morreu em combate, mas morreu de velhice, com um infarto que o levou ao hospital e que em consequência lhe trouxe uma grave insuficiência cardíaca, a qual seu amor, Manoel, não durara por longo tempo, sabia o que era ficar com o coração em alerta a cada notícia de tiroteio ou de ação policial. Sempre soube que ser mãe de policial e esposa de policial militar não seria um destino dos mais tranquilos. Mas tinha muito medo por Cícero. Cícero era o filho caçula. Suas duas irmãs eram casadas. Nenhuma com homens de farda. Águida temia pela vida do filho, noivo de Suzana. Com casamento marcado para breve. Em suas orações, em sua conversa íntima com o Criador, pedia proteção aos passos do filho. Jovem de muita bravura, herói desde pequeno. Ao ver o pai fardado, Cícero já havia traçado, com palavras, seu caminho: ser policial militar como seu pai.

O aperto no coração da mulher velha persistia. Viúva, tinha medo que seu filho morresse nas mãos dos bandidos. Sonhava com o filho sendo alvejado em combate. Nunca queria sonhar, mas a imagem de seu filho morto em combate, tendo sua carne exposta e dilacerada na rua era algo que a atormentava. Sabendo de todo o seu temor, Águida jamais dissera ao filho para desistir do sonho de ser policial militar, e honrar a farda azul marinho, com a miniatura da bandeira do Estado do Rio de Janeiro costurada nas mangas do uniforme. Águida sentia um frio lhe percorrer a espinha. Sai do quarto e vai até a televisão. Liga e vê uma cobertura. Um helicóptero sobrevoava a região do Tuiuti e o repórter falava de mais uma tragédia cotidiana. Ali, um policial militar, um morador da área e um traficante foram alvejados e mortos na guerra entre traficantes e a Polícia Militar. O nome do soldado ferido no combate, o qual fora levado para o Hospital Salgado Filho, no Méier, também na Zona Norte, não havia ainda sido divulgado.

Águida foi até o telefone, pegou o caderninho com os números e ligou para o batalhão onde o filho era lotado. Lá, perguntou ao atendente se ele tinha informações acerca de um confronto que ocorrera entre policiais e traficantes no Tuiuti. O policial ainda não tinha informações. Não soube precisar o que acontecia.

Águida desliga o telefone e vai até a porta de casa. Alguém bate.

A mulher então recebe a notícia de um soldado. Era o soldado Vieira, amigo e colega de seu filho. Está acompanhado de outro soldado, soldado Ramos. Os dois entram na casa e pedem para conversar com a mulher.

Ambos dão a notícia que Cícero fora baleado. Que estava ferido e que havia sido levado ao Hospital Salgado Filho. Águida, nervosa, respira fundo, vai até o quarto, pega sua bolsa, pega o terço que está pendurado ao lado de sua cama, a fotografia com a imagem da Escrava Anastácia e sai. Segue acompanhada pelos policiais para o hospital, também na zona norte da cidade. No percurso, um profundo silêncio toma conta de todos que estão na viatura. O giroflex está ligado, mas a sirene não ecoa o pedido de passagem de emergência pelas avenidas. O trânsito está pesado para o horário. Não que o trânsito da zona norte carioca fôsse tão calmo. Mas naquele dia o caos parecia estar um pouco maior.

Os três chegam ao hospital, entram, se identificam na entrada de emergência. Um enfermeiro acompanha Águida até a porta do bloco cirúrgico. Seu filho, Cícero, se encontrava passando por procedimento cirúrgico. Era para extrair dois projéteis que estavam em seu corpo, além de estancar uma hemorragia interna. Foram tiros dados por fuzis. As chances de Cícero sobreviver aos ferimentos são pequenas. Os ferimentos perfuraram a aorta e Cícero corria risco de morte.

A cirurgia não terminava. Águida ligara para sua única filha que vivia no Rio de Janeiro. Alessandra chega ao hospital com Maurício, seu esposo. Águida chama Clara, sua irmã, solteira, madrinha de Cícero, que o criara e que fora alguém importante em sua vida, desde a morte de seu marido, Manoel.

A cirurgia chega ao final. Os médicos saem do bloco cirúrgico e, no final do corredor, chama os familiares de Cícero dos Santos. Doutor Aguiar, cirurgião experiente, da emergência, especialista em atender a feridos por arma de fogo e arma branca, se aproxima da família e diz: sinto informar, mas Cícero faleceu durante a cirurgia. Meus sentimentos a todos. Fizemos o que fora possível, mas não conseguimos estancar a hemorragia. Ele teve uma parada cardiorrespiratória e não conseguimos o reanimar. Pergunto a vocês se Cícero era doador de órgãos. Vocês concordam com a doação?

Águida se abraça em Alessandra e ali também Clara se abraça a Maurício e todos começam a chorar. Os colegas de farda, Vieira e Ramos, também choram. Choram copiosamente. Choram com dor e revolta a morte do amigo e colega, tão jovem e que se fora em combate. Suzana, a noiva, também chega ao hospital. Se abraça a Águida e chora copiosamente. A jovem desmaia e é socorrida. Tragicamente ficara viúva, às vésperas de casar. Viúva e com o filho do casal no ventre, pois estava com três meses de gravidez, fruto do amor e da paixão que tinha por Cícero.

Os familiares autorizam a doação de órgãos e os médicos decidem manter as funções vitais vivas por mais seis horas, até que realmente possam fazer a retirada dos órgãos do policial militar.

Morto em combate, mais um herói que entrava para as estatísticas da violência no Rio de Janeiro. Um tiro, certeiro na aorta, derrubou um herói. Desde pequeno, Cícero queria ser herói. Sonhava em ser herói. Primeiro, como todo o menino, ser bombeiro. Depois, policial. E na Polícia Militar o jovem começara a realizar o seu desejo, seguindo os passos de seu pai. Manoel se reformou capitão, morreu doente. Mas deu sua vida e sua bravura também no combate e na defesa da criminalidade, em favor ao Rio de Janeiro. Cidade a qual amava. Chegado da Paraíba, de Campina Grande. Fora no Rio de Janeiro que Manoel casou com Águida, carioca do interior do estado, com quem tivera seus três filhos: Alessandra, Aline e Cícero. Fora no Rio de Janeiro, em Madureira, onde vivia, que tivera sua casa, que tivera seu lar e o mesmo batalhão, onde serviu até se reformar. Foi ali, com casualidade ou destino que Cícero também servira.

Dois tiros de fuzil pararam a carreira promissora de Cícero dos Santos. Seu corpo fora levado a Igreja Evangélica da Paz, onde a família congregara. Depois, para o Jardim da Saudade, em Sulacap, onde também fora enterrado. Sepultado com honras militares.

Na despedida, Águida, mãe, mulher, viúva, órfã do varão que lhe sobrara, colocara sobre o caixão uma foto de Manoel, pai do jovem, homem o qual amou e respeitou durante toda uma vida. E que se separara pela viuvez a qual lhe atingira. Águida coloca a foto do marido sobre o caixão do filho e começa a cantar. Começa a cantar uma música a qual seu filho gostava muito. Cantara uma canção cristã, uma música a qual falara de vida eterna, a qual falara de uma morada eterna. Uma morada junto a Jesus, o qual está sentado a direita de Deus, em um trono sagrado, junto ao paraíso.

Alessandra, seu marido Maurício, Suzana e Clara jogaram flores no túmulo. Aline, irmã de Cícero não conseguiu chegar a tempo para o enterro do irmão. Morava em Londres e soube da morte por um primo de Cícero. Estaria vindo ao Brasil em breve, mas de lá ficara triste e demolida emocionalmente com a morte do irmão que tanto amara.

O bandido que matou Cícero também morreu na troca de tiros. Foi alvejado por policiais.

Cícero se foi. Partiu jovem, morreu aos 29 anos. Às vésperas de seu casamento, às vésperas de ser pai de seu primeiro rebento. Tomba um filho bom, bom noivo, bom irmão, bom policial, bom homem de bem. Tomba mais um brasileiro que deu a sua vida para combater a violência urbana.

Um tiro derruba um herói.

VIDA CORRIDA E FELICIDADE PELO VIVER

Corro e corro. Todo o dia é a mesma agonia. Acordo antes do sol raiar. Pego a marmita com a comida quentinha, feita pela Maria. Coloco na bolsa, tomo uns goles de café, ainda saboroso, mesmo na garrafa térmica. Saio ligeiro e vou até o ponto do ônibus.

Ali, outros esperam o primeiro da manhã. O ônibus deixa o bairro em direção a outro ponto da cidade, bem perto da estação do trem. Deixo o coletivo e caminho, atravesso a passarela e entro na estação. O trem já vem lotado. Embarco no vagão. Sacudindo e lotado vou para o trabalho. Desço em uma parte do percurso e nem troco de plataforma. No mesmo espaço, pego outro trem, que me leva para a zona oeste. Saio do extremo sul e vou para o leste, do leste pego a ligação para o oeste. Desço na estação do oeste e tomo um ônibus. O dia já clareou, o sol tímido começa a aparecer e as nuvens já o encobrem.

Mais de duas horas depois de ter saído de casa, sem dar o beijo nos filhos, sem ouvir o latido do cachorro e apenas me despedir da Maria com um beijo na testa, chego ao trabalho. Vou pro vestiário, coloco o uniforme e vou para a oficina. O dia está puxado mesmo. O sinal bate. Meio dia. Almoço a comida da Maria. Arroz, feijão, bife, ovo frito, salada de tomate. Como uma banana de sobremesa e bebo um gole de café para ajudar a baixar a comida para o bucho.

O dia termina, volto pra casa. Tomo o primeiro ônibus. Chego na estação do oeste, tomo um trem, vai até o ponto leste. No leste eu desço e pego outro trem, para a zona sul. Na zona sul, tomo um ônibus de volta para onde moro. Mais duas horas para voltar para casa. Chego no lar. Todos assistem TV. As crianças, de banho tomado e limpinhas me abraçam. É o primeiro beijo do dia, já à noite. Maria está limpando a cozinha, pois já está com o jantar prontinho. Feijão novo, arroz quentinho, os bifes empanados também prontos, a salada de tomate e cebola.

A gente se senta à mesa, a gente reza, a gente agradece. Todos comem. Todos se olham, todos sorriem. Somos uma família feliz e abençoada. Meus filhos vem, me mostram os cadernos, me contam as novidades da vida. Do seu dia. O meu pequeno fala dos gols que fez na hora do recreio. Maria me fala da visita que fez a casa de minha mãe e do café com bolo de fubá que comeu por lá.

Eu sou feliz pelo que tenho. Trabalho de segunda à sexta-feira. No sábado, vou dar uma volta, jogo bola com os amigos. No domingo, passeio com a famíla. Vamos para o parque, para o shopping, para a casa dos avós. As crianças adoram. O cachorro também faz festa. Todos somos muito felizes.

E na segunda-feira, ainda antes do sol nascer, volta a correria.

Vida corrida, vida enlouquecida

Eu corro e corro e corro...

domingo, 22 de maio de 2011

MEU DIÁRIO DE MULHER DA CASA, DO LAR, DIÁRIO DA MULHER DO ZÉ

Dependente de mim, meu marido, José Antônio me pede tudo. Eu tenho que ser mulher de cama e de mesa. Pior, quando vou ao centro da cidade ele me pede para comprar meias e cuecas. Não são meias e cuecas claras que pede. Pede cuecas vendidas naqueles potinhos redondos, bem baratos mesmo. Não gosta de roupas íntimas caras. As meias, pede os pares vendidos pelos ambulantes. Não gosta de roupa íntima refinada. Também me pede para passar no mercado central e comprar rabada. Ele adora comer rabada com agrião. Mas a rabada tem que ser do jeito que faço, com muita pimenta e agrião.

Dependente de mim, José Antônio é assim. Eu tenho que acordar cedo, passar manteiga no pão, fazer o café com leite, o pão tem que ser novo, antes mesmo de o padeiro disponibilizar os pães na padaria. Eu tenho que levar o primeiro lote do pão fresquinho para casa.

José Antônio é um bom marido. Trabalhador, honesto, tem um escritório no centro da cidade. Homem de costumes simples. Bom marido, bom tudo. Na cama, faz o papai e mamãe bem feito, bem direitinho. Homem católico, devoto de Nossa Senhora. Gosta de tomar o mate quando chega em casa. Me dá atenção. É bom pai, preocupado com nossos três filhos. Sonha em ser avô. Meu filho mais velho, Ricardo, casou. Casou com Patrícia e ainda não tiveram filhos. Mas Ricardo sonha em dar um neto homem para nós. Um neto gremista, de preferência.

Nos finais de semana, o de sempre. No sábado, faço feijoada. No domingo, churrasco. O Zé vai pra churrasqueira, assa costela. Todos comem. Carne, salada verde, maionese, arroz, aipim cozido. Se sobrar um pouco da feijoada do sábado, não tem problema, vai para a mesa também. O feijão é aquecido na panela de ferro, no fogão à lenha que tenho ao lado da churrasqueira.

Minha vida é feliz. Sou uma mulher feliz. Fui criada para casar. Para ser dona de casa, para ter filhos. Para ser mãe. Mãe católica, mãe dona de casa. Mãe que visita também a sua mãe, que troca receitas de bolo, aprende a costurar melhor para acertar a bainha das calças do Zé e dos meninos. Também aprendo com minha mãe receitas caseiras para tirar manchas de roupas, para matar baratas e insetos. Também cuido do Faísca, o cusco que temos aqui em casa. O Faísca é o parceiro de todo mundo. Cuida do pátio e dá as suas saidinhas pelo bairro às vezes. Não sei se o Faísca me deu netos. Se virão aqui cadelas com sua prole latir a minha porta para cobrar pensão para o meu cachorro. Esta é ótima.

No verão, o programa é o de sempre. Vamos para a nossa casa de praia. Lá eu cozinho, lavo, passo, descanso um pouco, quando dá. Os meninos e o Zé vão, levam familiares, amigos. Nossa casa é sempre cheia. De dia, café da manhã bem tarde, praia, churrasco na hora do almoço. À noite, pego o casaquinho e vamos pro centrinho da praia, todos, para comer cheesburguer, tomar refrigerante e sentar na praça para ouvir a música que toca no alto falante.

Minhas amigas me convidam para tomar chá. Eu vou, ajudo no chá das senhoras. Participo do clube de mães. Às vezes converso na internet com elas. Também telefono e nós trocamos receitas de comida e também de como fazer artesanato para ajudar na renda de casa. Pinto panos de prato. Vendo e o dinheiro dos panos de prato eu também compro minha lingerie. Compro camisolas, compro calcinhas e sutiãs. Sutiãs que cobrem o bojo dos meus seios familiares. Dos seios que amamentaram os meus três meninos. Meus seios que nunca pecaram e que nunca deixaram o Zé abusar.

Sou uma mulher feliz, realizada. Tive meus filhos. Fui criada para casar, para ser mãe e esposa. Lavar, passar, cozinhar, criar os filhos e deitar com o Zé. Meu primeiro e único homem. Único que beijei na boca. Casei. Deus me livre beijar na boca um homem o qual não fosse meu marido.

Mas sou feliz. Nunca pensei em imoralidades. Nunca pensei em coisas, fantasias. Nada que saísse do controle. Mas sou feliz como sou.

É um pouco do diário da minha vida. Eu sou a mulher do Zé. Sou mãe desta família, todos precisam de mim. Todos dependem de mim. Não sei o que seria da minha vida se não tivesse a minha família, meus filhos, minha casa, meus bichos, minhas plantas, minhas coisinhas.

Sou feliz.

VENTO

Vento
lento
intenso

Vento
beija meu rosto
mexe meus cabelos
sacode meu corpo

Vento
frio
rodopio
corropio

Assopra
dói
enfeza
embeleza

Amortece
enobrece
entontece
escurece
acontece
aparece

Vento....

OSCAR HENRIQUE MARQUES CARDOSO

NOSSA SENHORA

Nossa Senhora
virgem
coração de mãe
pureza
beleza

Nossa Senhora
me abençõa
me cuida
me ampara
me declara
teu filho
unigênito

Nossa Senhora
cuida de mim
do meu coração
me dá colo
me dá perdão

Nossa Senhora
figura cândida
pureza
beleza

OSCAR HENRIQUE MARQUES CARDOSO

TESÃO

Tesão
palavrão
esquemão
corpão
peitão
bocão
mulherão
homenzão

Tesão
olhar
cheirar
desejar
beijar
tocar
acarinhar

Tesão
palavrão
pudor
sexo
pecado
perdão

Tesão
paixão
emoção
coração

Tesão
palavra
paixão

OSCAR HENRIQUE MARQUES CARDOSO

ESTRANHA LOUCURA

É estranha a minha loucura
Eu tento te esquecer
Mas não consigo
Eu tento te amar
Mas não me permito
Eu tento te idolatrar
Mas não aceito
Não tem jeito
Não tem meio
Não tem início
Não tem começo
Não tem fim

A minha loucura é assim
Um misto de não
Um misto de sim
Um pouco de estou a fim
Um pedaço de está tri

É assim a minha estranha loucura
É assim a minha nova forma de ser
De viver
De te ter
De me ter

É assim a minha estranha loucura
A loucura estranha
Estranha loucura a
Viver
Reviver
Viver

OSCAR HENRIQUE MARQUES CARDOSO

quarta-feira, 18 de maio de 2011

VOCÊ NASCEU

Um milagre eu pude ter
Eu pude ver
Eu pude crer

Um milagre eu vivi
Foi assim que senti

Quando tu nasceu
Quando tu viveu
Quando senti o teu respirar

Pude agradecer
E saber
Que assim tu nasceu

Eu peço licença
Com reverência
Com irreverência
Para adentrar
Para falar
Para cantar
Para entoar

O agradecimento

Por ti
Por mim
Por nós
Por vós
Agradecer
Pois tu nasceu

OSCAR HENRIQUE MARQUES CARDOSO
My first love
My big love
My prayer
To you

I´m so very happy
Because
You loves me

Because
I love you
I agree
I need you
I need me
I need us

LIBERTAÇÃO E AMOR

Tu, ó Senhor
Me curaste
Me libertaste
Me desamarraste
Da cilada da morte
Com sorte
Com fé
Com crença
Com renascença
Eu sobrevivi
Eu venci
Eu vivo
Eu creio
Eu estou aqui
Sempre junto a ti
Para te adorar
Para te respeitar
Para te desejar
Para te amar

OSCAR HENRIQUE MARQUES CARDOSO

JESUS, PARA SEMPRE JESUS

Jesus,
Que morreu em uma cruz
Mas que sofreu
Renasceu
Hoje vive
Reluz
Conduz
Me leva ao amor eterno
A vida verdadeira
A paz
A união
A comunhão

Senhor Jesus
Abençoa o meu Brasil
De terras varonil
De um povo servil
De um povo que te ama
Ama em doação
Ama no coração

OSCAR HENRIQUE MARQUES CARDOSO

segunda-feira, 16 de maio de 2011

GENTE INFLÁVEL

Gente inflável
Cuidado, inflamável
Chega de peito siliconado
Bunda siliconada
Xoxota recauchutada
Pinto de borracha

Chega de tanta beleza
Chega de tanta dureza
Chega de querer bancar a realeza

Eu quero ser Deus
igual aos meus
igual aos plebeus
Eu quero ser normal

Normal
Alto astral
Etecétera e tal

Chega de inflável
Chega de ser inflamável

Eu quero ser feliz
Quero te amar
Quero me amar
Te adorar
Me adorar

Ser feliz com o que tenho
Ser igual a ti, ao meio

Ser assim
Chega de ser inflável
Quero ser inflamável
Alegria injetável
Em meu coração
Eu teu coração


OSCAR HENRIQUE MARQUES CARDOSO

sábado, 14 de maio de 2011

ATRÁS DA PORTA

Quando olhaste bem nos olhos meus
E o teu olhar era de adeus, juro que não acreditei
Eu te estranhei, me debrucei Sobre o teu corpo e duvidei
E me arrastei, e te arranhei
E me agarrei nos teus cabelos
No teu peito, teu pijama
Nos teus pés, ao pé da cama
Sem carinho, sem coberta
No tapete atrás da porta
Reclamei baixinho
Dei prá maldizer o nosso lar
Pra sujar teu nome, te humilhar
E me vingar a qualquer preço
Te adorando pelo avesso
Pra mostrar que ainda sou tua
Até provar que ainda sou tua.

BELÍSSIMA E EMOCIONANTE CANÇÃO, INTEPRETADA POR ELIS REGINA

TALISMÃ

Sabe, quanto tempo eu não te vejo.
Cada vez você mais longe, mais eu gosto de você.
Porque.... sabe, eu pensei que fosse fácil
Esquecer seu jeito frágil
De se dar sem receber
Só você...
Só você que me ilumina, meu pequeno talismã
Como é doce essa rotina de te amar toda manhã
Nos momentos mais difíceis você é o meu divã
Nosso amor não tem segredo, sabe tudo de nós dois...
E joga fora os nossos medos
Vai saudade diz pra ela, diz pra ela aparecer...
Vai saudade ve se troca
A minha solidão por ela pra valer o meu viver.

CANÇÃO DE ELSON DO FORROGODE

JOSÉ

José
E agora, José?
A festa acabou,
a luz apagou,
o povo sumiu,
a noite esfriou,
e agora, José?
e agora, você?
você que é sem nome,
que zomba dos outros,
você que faz versos,
que ama, protesta?
e agora, José?

Está sem mulher,
está sem discurso,
está sem carinho,
já não pode beber,
já não pode fumar,
cuspir já não pode,
a noite esfriou,
o dia não veio,
o bonde não veio,
o riso não veio,
não veio a utopia
e tudo acabou
e tudo fugiu
e tudo mofou,
e agora, José?

E agora, José?
Sua doce palavra,
seu instante de febre,
sua gula e jejum,
sua biblioteca,
sua lavra de ouro,
seu terno de vidro,
sua incoerência,
seu ódio – e agora?

Com a chave na mão
quer abrir a porta,
não existe porta;
quer morrer no mar,
mas o mar secou;
quer ir para Minas,
Minas não há mais.
José, e agora?

Se você gritasse,
se você gemesse,
se você tocasse
a valsa vienense,
se você dormisse,
se você cansasse,
se você morresse...
Mas você não morre,
você é duro, José!

Sozinho no escuro
qual bicho-do-mato,
sem teogonia,
sem parede nua
para se encostar,
sem cavalo preto
que fuja a galope,
você marcha, José!
José, para onde?

CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE

TU ME DESTES E ME DÁS O TEU AMOR

Jamais serei amargurado
Jamais direi agruras
Em meu peito
Bate alegrias
Bate vidas
Bate o amor que recebi

Eu recebi de ti
Eu ganhei de ti
Eu me dei para mim

Assim, meu bem
Meu vintém

Eu me entrego
Eu deito
Eu rolo
No teu olhar
No teu falar
No teu cantar

E apaixonado estou
Apaixonado ficarei
Apaixonado me tornei

Me perdi em teu olhar
Em tua boca, deixei passar
As palavras de paixão
Os versos de tesão
Palavras de fogo
Gestos de imaginação

Eu quero explodir
Eu quero implodir
Eu quero me redimir
E jamais te perder
Jamais esquecer

Do minuto
do segundo
do milésimo
do centésimo
do teu amor
do teu amor sem fim
do meu amor por ti

OSCAR HENRIQUE MARQUES CARDOSO

VOLTANDO PRO MEU CHÃO

Eu preparo o meu coração
para partir
deixar para trás
a vida que deixei

Os amigos que fiz
Aqueles que quis
E não fiz

Mudo de cidade
Mudo de história
Transformo a trajetória

E parto
De volta pro meu chão
Pro meu quinhão
Pra junto do meu ribeirão

Com amor eu vivi
A vida eu servi

Aqui me reencontrei
Aqui eu me achei
Para sempre, viverei

OSCAR HENRIQUE MARQUES CARDOSO

O FIM DO COMEÇO

Acordei naquela manhã com um gosto amargo. Não era de fel em minha boca. Era o gosto amargo de conversar, de falar contigo sobre a nossa despedida. Me doeu demais saber que tudo começou de uma forma tão linda, mas terminou. Terminou como um frasco de soro que chega ao seu final, pingando as derradeiras gotas de energia para um corpo doente e acomedido de intensa fadiga. Mas tive que ser forte. Pular da cama, tomar o banho, me vestir, preparar o café e, solitário, me alimentar. O dia estava só começando.

Tirei o carro da garagem e fui para o trabalho. Torcendo para não te encontrar naquele espaço. Teria que demonstrar que meu dia seria realmente um sucesso e que começaria a manhã de forma bem animada. Afinal, entrava no ar às 10 horas da manhã, pontualmente. Sabia que iria te encontrar, mas não queria te encontrar.

Nove horas, vou para o camarim. Troco a minha roupa, vou para a maquiagem dar os últimos retoques, para tirar as olheiras da noite que não dormi, mas que pensei em ti e que imaginei te ter ali, a meu lado.

Tu finalmente chega, com a cara mais cansada ainda. Mais triste e desabada. Deves ter dormido na casa de teus pais, ou então ligou para a primeira amiga de plantão e foi desabafar. Ficou a noite inteira conversando, chorando, colocando todas as mágoas para fora.

Chegas, me dá um simples e doído "oi". Troca a roupa, coloca um traje especial, o qual te deixa mais linda do que de costume. Muda o penteado e segue também para o estúdio.

Lá, apresentamos mais uma edição do programa da manhã. Recebemos entrevistados, mas o sorriso amarelo não nos deixa desfarçar que estamos tristes, arrasados. Fora o fim de tudo. Graças ao correr do tempo, o programa acaba e chega a hora do almoço. Você vem e me chama para almoçar. Educadamente, eu aceito o convite. Você entra no meu carro e vamos.

Fomos para o restaurante que gostávamos de ir, na beira da praia. Ali as ondas batem suavemente. Batem fracamente, suaves e a brisa nos embala, assim como as gaivotas vem para comer os frutos do mar e pedacinhos de conchas, na areia.

Pedimos um vinho branco e comemos um delicioso haddock. Estava dos deuses aquele prato, com um sabor todo especial. Você então pede para ir até a nossa casa, aquela que foi a sua casa, para apanhar algumas roupas e joias. Diz estar ficando na casa de teus pais. Eu aceito te levar até lá, afinal, também ajudaste a pagar aquela casa, trabalhamos muito para isto. Fizemos muitos trabalhos, viajamos, fizemos bicos, tudo para levantar aquela casa, naquele terreno na rua deserta, onde ninguém imaginara se seria incluida em um condomínio fechado. Hoje aquela casa vale muito. Mais vale com a tua presença.

Chegando lá, vai até o quarto. Eu acabo indo junto e você vai direto a cama. Me olha, abre o vestido, ficas em minha frente só de lingerie. Eu também, te olhando, hipnotizado, me livro rapidamente das minhas vestes. Beijos, abraços e carinhos. Começamos a nos entregar de novo. Eu não queria me entregar a ti, de maneira nenhuma. E também sei que tu não querias te entregar a mim, mas aconteceu.

E foi maravilhoso. Fomos ao céu e caminhamos com as estrelas

Você não foi mais embora. Ficou. Tomamos banho em nossa piscina. Ficou, ficamos, juntos, unidos e para sempre. Eu perdoei a tua traição, tu perdoou a minha. Vivemos felizes e ficamos felizes, para sempre, até quando tivesse que ser.

EU ACREDITO

Eu acredito no céu
Eu acredito na lua
Eu acredito no teu beijo
Na tua boca crua
Na tua pele nua

Eu acredito no teu cheiro
No teu jeito
Peculiar de me ter

Eu acredito
Que tu me quer
Que tu quer ser minha mulher

Eu acredito no teu amar
Eu quero gozar
Eu quero me aprofundar
Eu acredito
Eu não minto
Eu sempre sinto
O teu pulsar
Eu acredito
Eu quero te amar

DOR...

Não há dor pior
que o desamor
que ouvir o não
ouvir a rejeição
aturar a solidão
sem poder dizer não

Não há tristeza assim
Dor sem fim
Corta-me como estopim

De uma saudade
da eternidade
da dura verdade

Um antídoto me alivia
Me contagia
Me possui
Me inclui
No veneno que pode ser lento
Intenso
Um só lamento

Uma poção me acalma
Faz me esquecer
De te ver
De sentir
De ter
Dor...

AMIGO

Amigo
a gente guarda
a gente ressalta
a gente realça

Amigo me eleva
Amigo me entende
Me compreende

Amigo, tu me encanta
Tu me abrilhanta

Amigo,sei que tu me ama
Saiba, amigo
Te amo
Sempre te amarei
No eterno, viverei

quinta-feira, 12 de maio de 2011

EU CANTO PARA UM DEUS

Eu canto para um DEUS que não é branco
Não é de palha
Não é de sonho

Eu canto para um DEUS
Que é o meu encanto
Meu acalanto

Eu canto para um DEUS
Que não é de pedra
Não é de barro
Não é de pó
Não está na poeira

Eu canto para um DEUS
Que não diz besteira
Que não tem leseira
Que não me dá rasteira

Eu canto para um DEUS
Que me ama
Que me encanta
Que me contagia
Que me irradia
A junto amar
E para sempre, caminhar

OSCAR HENRIQUE MARQUES CARDOSO

EU PEDI PARA ME DAR A VOCÊ

Eu pedi para nascer
Eu pedi para crescer
Eu pedi para mamar no teu peito
Eu pedi para te ter respeito
Eu pedi para viver

Quanto te vi
Pedi para te ter
Em meus braços
No calor dos meus abraços

Eu nasci
Porque tu vivias
Eu cresci
Porque tu crescias
Eu não morri
Pois tu não morrias

Se eu pudesse
Se eu quissesse
Se eu entendesse
Se eu compreendesse
A alquimia do amor
Com furor
Entregaria minha alma a ti
Com intenso sabor

OSCAR HENRIQUE MARQUES CARDOSO

quarta-feira, 11 de maio de 2011

APOIO EM CANOAS


Agradeço o apoio do vereador Cebola, do PT, de Canoas. Apoio por ofertar o espaço para o lançamento de NÓS em Canoas. Aviso aos amigos e seguidores que estarei na Feira do Livro de Canoas, RS, no dia 6 de junho, onde estarei fazendo o lançamento do NÓS a partir das 19h, na FEIRA DO LIVRO DE CANOAS, na Praça da Matriz. Todos estão convidados.

Acompanhem os detalhes e passos de minha carreira literária pelas redes sociais e também pelo blog OSCAR HENRIQUE, ESCRITOR

PRODUÇÕES MINHAS, LITERATURA EM 2011




MEUS LIVROS, MINHA PRODUÇÃO LITERÁRIA PARA 2011

LIVRO LANÇADO, NÓS, lançado pela Editora Biblioteca 24 Horas. Estamos em fase de lançamentos. Já foram realizados lançamentos nas cidades de Caxias do Sul, Canoas, Santa Maria. Agora o próximo lançamento será Porto Alegre, na próxima quinta-feira, dia 19 de maio, a partir das 19 horas no Memorial do Rio Grande do Sul. Logo após, lançamento também em Florianópolis, no dia 29 de maio, na UFSC.

ENTRE LOUVORES E AMORES, primeiro livro destinado ao público cristão e também ao público em geral. Uma livre adaptação de uma passagem bíblica, a qual fala da Profecia contra a casa de Eli. Romance, com 500 páginas. Será dividido em dois volumes e lançado, ainda em junho, pela Editora Naós.

VIDA DE MULHER, segundo livro destinado ao público cristão e não cristão. Outra livre adaptação de outra passagem bíblica, a qual trata do Livro de Rute. Lançamento também previsto para o segundo semestre deste ano, pela Editora Naós.

VÓ CÓIA, novela, drama, inspirada no abandono de idosos. Provável lançamento, final de 2011.

A PÉROLA MAIS NEGRA, novela, dedicada a questão da promoção da igualdade racial. Lançamento para novembro de 2011

OBÁ OBÁ

Obá obá minha mãe
Obá olorum meu pai
Recebe o meu olhar
Me emana a tua luz

Do panteão onde tu estás
Me recebe
Me protege
Me olha
Me namora

Cuida de mim
Obá obá, meu pai
Obá obá minha mãe

ÁFRICA

África, a porta por onde passei
a porta onde deixei
a saída onde me arrancaram
me pisaram
me humilharam

África
mãe
chão
terra
fogo
ar

A ti quero voltar
A ti eu preciso me reencontrar

África
África
África

OSCAR HENRIQUE MARQUES CARDOSO

MINHA DECLARAÇÃO A TI, PELA MANHÃ

Eu te quero,
eu te desejo
eu me entrego a este amor

Eu quero
eu preciso deste calor

Que me entontece
que me enlouquece

E me instiga
me excita
a te amar
todos os dias
todos os minutos
todos os segundos

Porque te amar é viver
te amar é renascer

OSCAR HENRIQUE MARQUES CARDOSO

terça-feira, 10 de maio de 2011

ACHEI O AMOR NO PARAÍSO

Eu não acordei. Eu dormi. Eu atravessei um portal. Para onde fui, eu caminho pelas ruas onde emana leite e mel. As árvores são sempre frondosas, sempre há uma brisa a embalar os meus cabelos e a beijar o meu rosto. Assim que acordei, me vi com botas com salto de cristal. Caminhava pela calçada onde o chão transparente refletia embaixo as nuvens. Via as nuvens a passar embaixo dos meus pés. O céu estava sempre clarinho, sempre azul bebê. Pássaros gorjeavam e voavam, voavam em torno de mim, cantando. Sapos coachavam quase que sorrindo. Tudo era perfeito, lindo e belo. Assim era o que dizem ser o verdadeiro paraíso. Ali eu andava. Andava de botas, com uma belíssima saia rodada, com rendas, babados, uma blusa feita de tule, transparente, translúcida, a qual mostrava meu corpo, meu corpo em essência, sem carne e sem dor.
Ali, naquele lugar só emanava o amor. Andava com os cabelos soltos, com um gigante e enorme sorriso nos lábios. Estava bela, feliz e radiante. Andava e andava, com um lindo guarda chuva decorado. Era uma bela sombrinha de rendas e retalhos, para decorar o meu passear.

Andei e andei pelas calçadas transparentes. Cascatas de leite e mel emanavam. Carruagens de ouro passavam a meu lado. Cavalos belos, transparentes, carregavam as carruagens. Crianças corriam, coelhos pulavam, cães latiam e abanavam o rabo, gatos andavam pelas árvores, macaquinhos pulavam de galho em galho.

Um belo homem, todo de branco, de fatiota com uma beleza sem igual me deu a sua mão. Me convidou a caminhar com ele. Me recebeu. Disse que ali eu realmente conheceria algo que jamais imaginara. Era vida, era o eterno. Nem ele sabia dizer.
Só dizia que era uma paz profunda. Eterna. E chorava ao me falar do que havia sentido e encontrado ao chegar àquele lugar.

Um fruto tirou da árvore, me ofereceu. Comemos o fruto e seguimos a caminhar.
Paramos embaixo de uma árvore, defronte a um lago, de água mais do que cristalina. Ali, patos e gansos nadavam, cantavam. A imagem era belíssima.
A brisa me acalmava, me alegrava, não me incomodava.

Mas aquele homem me tranquilizava. Sentamos à sombra, comemos, conversamos, sorrimos, nos abraçamos e ali trocamos o primeiro beijo.Um beijo lindo e puro. O qual senti que me entrelaçava a seu corpo, a aquele homem.Ali passamos a andar, a caminhar. Pássaros gorjeavam em nosso redor. O vento nos levava a viajar. A passear, a caminhar sem cansar.

Encontrei o grande amor
Encontrei o paraíso
Estou feliz na imensidão

TUA TRAIÇÃO ME PERFUROU

A desforra e o despudor começaram
No dia em que tu olhou para aquela mulher
Para aquele corpo, para aquele olhar
Penetrou em ti como a espada que perfura a carne

Que me maltrata
Que me ata
A todo o sofrimento
A todo o condicionamento

A dor
Do horror
Do despudor

Já te amei
Já te desejei
Agora, te odiei

Me feriu com uma faca
Teu desamor me ataca
E me falece, me amortece

A DOR DE TE VER ME TRAIR

A felicidade é algo que se conquista
Que se constrói
Mas a tristeza
Corrói e corrói
É como o sal que come o ferro
Que deixa tudo descascado

Assim foi o casamento que construi
Casei para ser feliz
Mas infeliz fiquei
Quando vi a outra boca a te beijar

Deixei de amar
Deixei de acreditar
Deixei de me encantar

Um vazio passou a me cobrir
Deixei de sorrir
Cansei de me iludir

Só a dor me arrasa
Só a saudade é que vaza
De uma alma picotada
Amargurada, machucada

Um dia não sei se amarei
Não creio que viverei
Não penso que vou renascer
Se morrer
Será para mim um reviver

PAPAI, PAPAI, EU GRITO, PAPAI, PAPAI

Papai,
porque você fez isto
porque você ligou este aspirador
e acabou com o fruto do teu amor

Papai,
porque autorizou a não me deixar nascer
porque morrer
sem antes viver

Papai,
Papai,
Papai,
Perdoai, porque tu não sabes o que faz
Tu acabaste com meus sonhos
Com meus desejos afins
Acabaste com o meu viço
Com o meu sorriso

Tu me gerou
Tu me acabou
Tu me desmontou
Tu me matou

Papai
Papai
Nunca mais vou te amar
Papai
Nunca vou te adorar
Nunca vou te enxergar
Nunca vou te respeitar
Nada, papai, papai

PIREI!!!!

Augusto sempre foi um rapaz muito equilibrado. Criado em ótimas escolas, filho de um pai severo e de uma mãe preocupada com etiqueta e boas maneiras, o menino era o caçula de uma prole de cinco irmãos. Jamais o pequeno Augusto quebrou um copo quando criança, botou a língua para os mais velhos e fez alguma traquinagem que colocasse a sua saúde em risco. Nunca caiu da bicicleta, jamais quebrou um braço. Brigar na rua, jogar bola com a molecada, cuspir no chão e coçar o saco? Isso são coisas que jamais Augusto faria.

Seus brinquedos eram poucos. Em seu quarto, uma multidão de livros e mais livros. Augusto, o tão perfeito menino caminhava para uma trajetória de vida também perfeita. Aluno exemplar na escola, filho exemplar em casa. Tudo que Augusto fazia ganhava eco dentro da família. Seus irmãos gostavam das boas maneiras do menino, mas achavam que ele era muito reprimido, muito preso a regras, normas e condutas. Tudo o que fazia, ou dizia, agradava aos ouvidos dos mais velhos, como um bálsamo para as tão sonhadas boas maneiras.

Augusto foi pequeno. Hoje é um mocinho. Um adolescente. Rosto angelical, nada de espinhas no rosto. Gostar de fast food? Nem pensar. Tudo no jovem é perfeito. Se alimenta na hora certa. Come pouco, frutas e verduras. Nada fora daquilo que é dito como correto. Fumar, beber... jamais Augusto poluiu seus lábios com substâncias diferentes ao que é limpo, politicamente correto. Nada que possa envergonhar a imagem e a mancha de sua família.

Augusto não perdia a missa dominical, não perdia os almoços de domingo. Jamais faltava a compromissos sociais, jamais faltava a coisas e mais coisas que se comprometia. Na escola, o aluno nota dez. No grupo de amigos jovens da igreja onde ia, o mais educado e o mais aplicado às coisas de Deus. Jamais falava algo torpe. Um verdadeiro anjo em forma de gente.

Em seu quarto, fechado, o “santo menino” escondia embaixo do colchão, algo que jamais sua mãe, seu rígido pai, irmãos e outros imaginavam. Revistas e mais revistas de nudez, com belas mulheres, de todas as cores. Escondido no guarda roupa, uma garrafa de conhaque. Nas madrugadas, quando acordava, sem que alguém percebesse, Augusto colocava o seu ipod no ouvido e ouvia um rock tão pesado e tão metaleiro. Uma música que sequer podia ser ouvida por aquele rapaz que, diante da família e dos amigos, dizia ser amante da boa música clássica.

Augusto bebia, imaginava-se rodeado de música pesada e mulheres. Se imaginava coçando o saco, cuspindo no chão, beijando na boca da primeira que aparecesse em sua frente. Tudo aquilo tinha um tempo controlado. Eram duas horas. Duas horas de loucura, por duas vezes por semana. Até nisso Augusto era meticuloso e, de certa forma maquiavélico. Cometia a sua transgressão de forma muito bem pensada, para que ninguém desconfiasse que sua imagem pura e sacra pudesse ser abalada por pensamentos torpes e imorais.

Augusto levou por muito e muito tempo escondido esses momentos de êxtase e loucura. Certa noite, já com a maior idade na cara, foi sair. Disse a seus pais que iria para a casa de uma amiga e foi para uma casa noturna. As luzes e o som forte ali levaram Augusto a viajar. O som era eletrônico. A todo volume. Além disso, o pessoal que dançava fazia competição de ipods, quem conseguia chegar ao volume mais alto.

Mulheres de pretinho básico, cabelos alisados com chapinha, chicletinhos ao canto da boca. Meninos com garrafas ice na mão, dançando ao som do Psy que rolava. A noite estava muito louca mesmo. Quem conversava não conversava. Passava papéis com endereços de Messenger, ou então marcava um chat para outro dia.

Nos corredores da casa noturna, beijos e amassos. Quem conseguia ir para um cantinho escuro, transava ali mesmo. Com preservativo ou sem, não importava, o negócio era entrar na roleta russa do perigo. A noite estava desvairada e os corpos balançavam em um ritmo frenético, onde eram inelegíveis as palavras. Músicas sem melodia, cores sem cores, sabores sem sabores. Assim era aquela festa. Era uma festa? Sim, era. Para aquele grupo que ali estava era sim um modo de se divertir.

Augusto paga o ingresso, entra sozinho e sozinho vai para perto da pista. Observa aquelas performances no palco. Ele começa então a fazer alguns passos e tenta dançar, copiar aquela dança que ali acontecia. Entra na roda e começa a dançar. Nem ele imaginava que sabia tão bem dançar aquele estilo tão diferente aos olhos do mundo e da sociedade onde ele provinha.

Sem saber, é observado. E, assim, sem imaginar, é prensado perto da parede por uma loira fatal. Indefectível. Bem básica para aquela noite. Cabelos lisos, vestidinho preto, botas, perfume importado. Ela o olhava e lhe perguntou se ele tinha um cigarro. Ele não fumava. Ela então abriu a bolsa e o ofereceu um cigarro. Augusto aceitou, fumou, dançou. A loira riu, bebeu, bebeu e riu. Augusto, o menino pudico, de olhar terno para uma hipócrita sociedade, ali colocava pra fora a sua selvageria.

A noite acabou na cama redonda. Misteriosa, fugaz. Cama redonda, luz vermelha, quarto vermelho. Fétido, batido, de baixo calão. Assim Augusto arrepiou. E a loira? A loira se esbaldou. Cigarro, vinho, cerveja, vodca, música alta, banhos de banheira. Foi um horror. Um horror imaginar os palavrões, as expressões chulas que rolaram por aquela madrugada, naquele motel barato, com custos acessíveis para jovens que não tinham muito dinheiro. A noite de Augusto foi marcante. Exatamente como ele imaginou e como via, escondido em seu quarto, ilustrado nas revistas imorais, baratas, compradas nas bancas por aí afora.

A loira e Augusto formaram um par. Ficavam, não ficavam. Não namoravam. Eram sim usados um pelo outro. Usados nos mais carnais deleites. A loira ensinou ousadias ao jovem e ele a colocou no sacrosanto e pudico mundo o qual vivia. Um mundo onde não existia a torpeza noturna onde muitos jovens embarcavam. A loira gostou. Augusto também. E assim ficavam, entre os prazeres da carne e os deleites da castidade.

Aquele dia, onde Augusto foi para a balada e caiu nos braços da loira foi marcado, anotado e valorizado. Em sua agenda, a qual guardava anotado seus sagrados e pontuais compromissos, ele escreveu:

- Pirei!

AMOR SEM FIM

Como eu quero continuar a te amar
Como eu quero realmente seguir a te admirar
Como eu queria sair de dentro de mim para tu entrar

Mas não posso
Não desejo
Não tenho
Não consigo

Meu desejo por ti me consome
Me deixa atônito
Nu
Nu em pedaços
Nu em destroços
Nu em verdade

Mas a ti achei
A ti admirei
A ti te encontrei

Não é acaso
É um caso
Um traço
Algo assim
Totalmente a fim
Sem fim

OBRIGADO MINHA FILHA, OBRIGADO POR TEU AMOR

Minha amada filha, não me canso de te amar. Não me canso de agradecer o quão importante tu és e sempre serás em minha vida. Em minha vida a qual tu viestes para trazer o colorido, o amor eterno, o amor verdadeiro. O amor que transporta o horizonte, que passa acima do céu e das fronteiras da terra.

Minha filha, não vi o teu primeiro sorriso, não troquei a tua fralda. Nosso olhar se deu por uma primeira ocasião, tu brincando de ser secretária no computador, um computador sem programa, sem internet, mas ali tu brincavas. Brincava de atender ao telefone, brincava para chamar a minha atenção.

Entendi, aceitei, te tenho em minha vida e em meu coração.

Digo que fostes o melhor presente que recebi da vida. A viagem mais louca que fiz e que faço todos os dias da minha vida. Tu mudastes o meu ser, tu me transformastes. Me destes coragem para me transformar. Me ensinas a ser pai todos os dias de minha vida.

A ti agradeço, a ti dedico a minha oração silenciosa. A ti dou fé e agradeço, agradeço por teu olhar, por teu sorriso. Pelas coisas maravilhosas e pelas sensações de alegria e de amizade que me ofertas.

Obrigado por existir em minha vida.

SEM CHAISE LOUNGUE NÃO DÁ

Falando em números mínimos, afinal de contas não sou técnico e nem profissional ligado a estatísticas junto ao Ministério do Turismo, creio que o Brasil receberá nesta temporada de verão que recém começa, mais de 5 milhões de turistas. Já em Salvador, Bahia, a perspectiva é que 3 milhões de turistas passem pela cidade até o Carnaval. Claro que este número pode ser bem maior, afinal, as facilidades de acesso a compra de passagens aéreas e o pagamento de pacotes para a folia de momo, com prestações generosas e prazos maternais, irá levar a um provável congestionamento aéreo. Atenção, apagões à vista. Nada foi feito para melhorar a infraestrutura aeroportuária do país. Na Infraero, só apagaram incêndios e boatos. Ações, poucas mesmo.

Das praias do Sul ao Norte, a falta de infraestrutura para receber os banhistas é o maior problema. Há exceções, poucas, é claro. Faltam banheiros públicos, chuveiros, vestiários, locais para os visitantes deixarem seus pertences, sem correrem o risco de serem roubados, em pleno momento sublime de lazer. O que falo é de pleno conhecimento, pois tive a oportunidade de conhecer as principais praias do país e morar em cidades litorâneas: morei em Florianópolis, Rio de Janeiro e, por curtos períodos em Salvador. Mesmo sendo um apaixonado pelo Rio de Janeiro e por Maceió, a qual recomendo uma visita, um pit stop mesmo antes de seguir para o restante do Nordeste, vejo que o problema é o mesmo. Falta estrutura para receber na areia, com conforto.

Tive a oportunidade, em Maceió e também em Fortaleza, de ver espreguiçadeiras na praia, guarda sóis bem cuidados, limpos, um ambiente loungue gostoso e sem ser caro. Se você for a Fortaleza, não deixe de conhecer as barracas da Praia do Futuro. Na verdade são miniclubes. Locais deliciosos, onde você poderá sim aproveitar para comer uma lagosta, usar o vestiário e o banheiro, limpíssimos e ouvir um bom forró e um show de humor que vale boas risadas. Mas espaços assim são poucos. Com a ideia de manter o nativismo, se estimula a sujeira. Se você não tem onde fazer xixi, por exemplo, como irá conservar a beleza do lugar. Que constrangedor ter que urinar atrás dos cômoros de areia, não? É tão primitivo em um tempo que se tem acesso on line, que se fala pelo celular com qualquer lugar do planeta. Meu Deus, até quando?

Ah, e no Rio de Janeiro então. Pelo menos do Leme ao Pontal você vê banheiros nas casas de salva vidas, chuveirinho na areia, vestiários nas mesmas casas dos guarda costas. Claro, você paga uma pequena taxa, mas, se não quiser, não precisa fazer suas necessidades na areia. Até porque as praias do Rio são urbanas. Somente do Recreio para o Sul Fluminense é que se vê praias nativas, mas, no restante, é cidade mesmo.

O que falo são casos isolados. Em Salvador, por exemplo, no Porto da Barra, que é uma praia urbana, junto ao centro da cidade, não há banheiros e não há guarda sóis. Infraestrutura zero. Em plena Salvador, hoje uma meca do turismo nacional. Sendo assim, para quem não quer se expor a situações constrangedoras ou não quer virar um bife à milanesa tendo que deitar em uma areia onde cães e pombos já passaram, o melhor e ficar deitado em uma chaise loungue apreciando clássicos literários ou expoentes da atualidade. Quem fica em casa, deitado em uma chaise lounge ou no sofá lendo um bom livro, como o que farei neste verão, felicidades e uma ótima leitura.

NOSSO AMOR É ASSIM

Teu beijo tem sabor de queijo
Teu hálito se mistura e produz desejo
Nossas línguas se dão um traquejo
Nosso corpo fica com um molejo

Se te amar é assim
Quero viver uma noite sem fim
Agradeço ao querubin
Como é bom te amar assim

Se eu te desejava
Ah, eu me encontrava
Em meu olhar já te amava

Perdão, paixão
Amor, tesão
Loucura, devassidão

Amor, amar, agora
Azul, alegre, aurora
Soneto, cometa
Minha flor pequena
Me ponho a rezar

Rezar por mim
Por ti
Um amor sem fim
Eu quero ficar assim


OSCAR HENRIQUE MARQUES CARDOSO

AMAR E DESEJAR

Se eu cantar
Se eu falar
Se eu te desejar
Assim eu quero te encontrar

Te encontrar no infinito
Em um azul bonito

Na imensidão
Entre os lençóis fogo
Na cama, paixão
No corpo, tesão

No furor da alma
Tu me enterte
Tu me acalma
E eu sigo a te amar
Eu prossigo a te desejar

O AMARGO SABOR DA APOSENTADORIA, COMENTÁRIO

O AMARGO SABOR DA APOSENTADORIA

Uma vida dedicada ao trabalho, ao cumprimento de horários, tarefas, resultados. Chega o momento de se aposentar. O trabalhador nosso de cada dia, o que tem carteira assinada na maioria das vezes, desconta percentuais para a Previdência Social. Contribui em cima de três, quatro, cinco salários mínimos. No final, acaba recebendo sobre dois, um salário. Na última edição do Jornal do Aposentado, publicação impressa a qual edito e que circula aqui na Grande Florianópolis, contei a história de seu Ari. Barbeiro, trabalha em um pequeno salão no centro da capital catarinense. O manuseio com pentes e tesouras começou aos 14 anos. Seu Ari já cortou o cabelo e fez a barba de desembargadores, deputados e outras personalidades da cidade. Hoje, aos 85 anos, não consegue parar de trabalhar. Seu Ari contribuiu com cinco salários mínimos, hoje recebe um salário mínimo e meio. Ou seja, segundo ele, recebe dos cofres da Previdência Social, a qual ajudou a construir em 71 anos de trabalho, apenas R$ 530. Seu Ari sai cedo de casa, pega chuva e sol, inverno e verão. Graças a Deus, ainda tem saúde para trabalhar. Mora em casa própria e conta com o apoio de sua esposa, também beneficiária do INSS para dividir os parcos recursos. Fazem uma ginástica para manter os custos de R$ 1.500 de orçamento doméstico. Ele já é aposentado e poderia ficar em casa, curtindo o doce sabor da aposentadoria. Doce, para quem?

É amargo mesmo. O caso que contei, do seu Ari, é visível em milhares de famílias brasileiras. A Previdência Social é mal administrada. Existe déficit porque o Governo não controla com competência os impostos que pagamos. Pagamos impostos altos, contribuímos uma vida inteira e, quando chega à velhice, recebemos esmolas de volta. E a Previdência nos devolve pouco porque seus gestores dizem que o caixa só suporta pagar desta forma. Como alguém que contribui com cinco salários mínimos recebe apenas um salário e meio de benefício? Gostaríamos de uma explicação.

O Governo trava uma negociação com a Força Sindical para reajustar acima de 6% para quem ganha mais de um salário mínimo a partir de janeiro do ano que vem. Aponta que a Previdência só poderia suportar até esse montante a ser reajustado. Associações de apoio a aposentados e pensionistas não concordam com esse valor e não participam da negociação. Enquanto isso, trabalhadores como o seu Ari fazem as contas, e vêem que o esperado reajuste será menor do que esperam. O que falo é sobre esse amargo sabor da aposentadoria.

VIVA A PALAVRA BRASILEIRA, POST 1

Amiga,

Trouxe flores para ti. Hoje vamos para a metade do ano e eu tenho o teu sorriso guardado na minha lembrança.

Risada alegre, verdadeira. Risada sincera e negra no jeito de ser e viver.

As comidas que tu fazias, as histórias que tu me contava. É tudo tão presente e tão real.

Os tantos negros e negras que tu contaste nas tuas tramas. As conversas de morro, papos de boteco, tantas e tantas lendas. Muito viajei em tudo o que tu produziste.

Nem creio que a gente embarcou junto em mais uma. Contamos juntos a história de um homem zen, de bem com a vida. Não me lembro de seu nome, mas fiquei louco para conhecê-lo. Creio que seria uma figura maravilhosa e única.

Trouxe para ti as flores que tu mais gostas, os doces que tu mais gostas. Andei pelos caminhos que tu andou. Fui na tua terra e dei a volta na praça onde tu andou na tua mocidade. Fui lá e experimentei um pouco do teu mundo. Me identifiquei muito.

Tu eras uma promessa em minha vida. Disse que um dia eu falaria de flores. E falei.
Falei de ti. E falo sempre de ti.

Tu estás sempre comigo. As flores que entrego a ti são a homenagem de meu amor, de meu sincero amor por ti. As flores são as mais lindas do campo, as com um perfume sem igual. Sei que de onde tu estás, tu as recebeu. E agora contemplas o jardim ao teu redor.

Não existe dor e nem separação. Não existe adeus. Não tem choro e nem ranger de dentes. Tem um imenso agradecer, por tudo o que tu me destes. Pela coragem que tu me ensinou a desbravar caminhos, a suportar dores, ser mais forte, mais firme em momentos onde achava que não iria continuar.

Amiga, trouxe flores para ti. Essas flores são para mim também.

Para sempre, o que fizestes estará no eterno. E vivas estão as tuas histórias, dentro de cada um de nós.

Amiga, novamente te digo:

Trouxe flores para ti.

HOMENAGEM DO ESCRITOR OSCAR HENRIQUE MARQUES CARDOSO À AMIGA, ESCRITORA E INSPIRADORA MARIA HELENA VARGAS DA SILVEIRA, PELA PASSAGEM DE SEU ANIVERSÁRIO. MARIA HELENA VARGAS DA SILVEIRA FALECEU EM JANEIRO DE 2009. AUTORA DE VÁRIOS LIVROS, OS QUAIS SUAS NOVELAS TRATAVAM DE TEMAS LIGADOS À COMUNIDADE NEGRA.