segunda-feira, 22 de junho de 2009

LILI

Muito pequena, desde que nasceu, Lili era um encanto de menina. Com seus lindos olhos verdes e um cabelo clarinho e com mechas, revelava o pequeno anjinho que era. Um anjo em forma de menina. Linda, meiga, linda cor. Uma pele alva como a neve. Um olhar doce, esculpido pelo Papai do Céu.

Tão linda menina que a todos encantava. Tão afetiva, tão simples em seu olhar. Linda e amada por todos aqueles que viviam naquela fazenda. Muita terra naquele imensidão do pampa. As veredas e as paisagens. Os pássaros que simples gorgeavam ao luar. Era incrível ver que aquele cenário servia de local para aquela menina viver. Lili corria pelos campos, subia nas árvores, ali imaginava estar voando para a lua. Conversava com os pássaros. Adorava imitar o som do quero quero. Todos sorriam para ela. As vacas, os bois, os bugios. Todos pareciam conhecer e sentir a presença de Lili naquele campo.

Filha e neta de fazendeiros, Lili adorava andar à cavalo. Ali passeava, andava pelos lindos campos. Campos enfeitados de verde, tudo para ela passear. Tinha seu próprio cavalo, o Faísca. Era bom de corrida, galopava pelos campos e por ali afora andava sem parar. Lili sabia e sentia e Faísca o obedecia.

Caminhavam e andavam pelos campos até que, um certo dia, um raio de luz veio sobre a menina e o cavalo. Aquele clarão se abriu e do céu uma luz alva e bela partia. O sorriso meigo e doce de mãe ali aparecia.

Aquela mulher, linda, de branco, surgiu. Para a pequena menina, falou:

- Oh linda e amada menina! Encanto e formosura. Pedacinho do céu para teus pais e teus avós. Sou a tua madrinha. Sou tua mãezinha lá do céu. De lá eu olho por ti e vejo o teu cantar. Vejo o teu falar com os pássaros. O amor que tens por esse chão.

Lili, ao olhar para aquela imagem de mulher, respondeu:

- Mãe linda e amorosa. Mãezinha do céu a quem eu converso todas as noites, antes de dormir. A ti que uno as minhas mãozinhas e peço e agradeço pela minha vida. Mãezinha, abençõa o meu pai, a minha mãe, a minha vó, meu avô, meus amiguinhos, os pássaros. Toda a tua criação, abençõa mãezinha do céu.

Cândida, com olhos para aquela menina, disse:

- Tu és a linda filha que teus pais tem. Tens a imensidão do ar, do céu, da terra, das estrelas. És amada por Deus. De onde estou, olho e te cuido. Seja feliz, minha linda menina. Agora está na hora de partir. Mas volto, volto outro dia. Sempre que quiser falar comigo, ouça o vento. Eu estou ali, perto daquele figueirão. Adeus, amada Lili.

E a luz alva partiu. Lili e Faísca voltaram a cavalo para a fazenda. Sua avó, ao vê-la, a chamou para tomar o café. Café com bolo de milho, chimia de fruta, pão caseiro, linguiça, tudo de bom do campo. Fresquinho e campeiro, no melhor estilo.

Depois de tomar o café, Lili vai para o seu quarto. Ali, seu papai, antes de partir para os trabalhos no campo, deixou uma cartinha. Um sorriso veio aos olhos da linda menina. O texto dizia:

Linda menina, dos olhos cor de mel
pedacinho do céu
da luz e da imensidão de meu Deus
Guriazinha campeira, a menina faceira
Se existe amor, a forma é tu
Se existe a luz, a claridade és tu
Filha minha, minha estrela cadente
Lili, uma bênção
Um só coração


Com amor, teu pai

Lili sorri e assim que ouve sua mãe a chamar, vai se preparar para dormir.
Sua mãe a chama, para tomar o banho, arrumar as lindas madeixas e colocar o pijama.
Amanhã, pequena menina, é outro dia. O sol está indo embora. Os bichinhos estão indo dormir. É hora da pequena ninar.

E assim foi a linda Lili, linda a dormir, linda a sonhar.

Um comentário:

  1. Oscar, parabéns pelo blog. Tá inspirado, heim, para contar tantas histórias. O livro está ficando 10. Viu, vou colocar um link no meu blog. Um grande abraço e nos falamos.

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