terça-feira, 10 de maio de 2011

SEM CHAISE LOUNGUE NÃO DÁ

Falando em números mínimos, afinal de contas não sou técnico e nem profissional ligado a estatísticas junto ao Ministério do Turismo, creio que o Brasil receberá nesta temporada de verão que recém começa, mais de 5 milhões de turistas. Já em Salvador, Bahia, a perspectiva é que 3 milhões de turistas passem pela cidade até o Carnaval. Claro que este número pode ser bem maior, afinal, as facilidades de acesso a compra de passagens aéreas e o pagamento de pacotes para a folia de momo, com prestações generosas e prazos maternais, irá levar a um provável congestionamento aéreo. Atenção, apagões à vista. Nada foi feito para melhorar a infraestrutura aeroportuária do país. Na Infraero, só apagaram incêndios e boatos. Ações, poucas mesmo.

Das praias do Sul ao Norte, a falta de infraestrutura para receber os banhistas é o maior problema. Há exceções, poucas, é claro. Faltam banheiros públicos, chuveiros, vestiários, locais para os visitantes deixarem seus pertences, sem correrem o risco de serem roubados, em pleno momento sublime de lazer. O que falo é de pleno conhecimento, pois tive a oportunidade de conhecer as principais praias do país e morar em cidades litorâneas: morei em Florianópolis, Rio de Janeiro e, por curtos períodos em Salvador. Mesmo sendo um apaixonado pelo Rio de Janeiro e por Maceió, a qual recomendo uma visita, um pit stop mesmo antes de seguir para o restante do Nordeste, vejo que o problema é o mesmo. Falta estrutura para receber na areia, com conforto.

Tive a oportunidade, em Maceió e também em Fortaleza, de ver espreguiçadeiras na praia, guarda sóis bem cuidados, limpos, um ambiente loungue gostoso e sem ser caro. Se você for a Fortaleza, não deixe de conhecer as barracas da Praia do Futuro. Na verdade são miniclubes. Locais deliciosos, onde você poderá sim aproveitar para comer uma lagosta, usar o vestiário e o banheiro, limpíssimos e ouvir um bom forró e um show de humor que vale boas risadas. Mas espaços assim são poucos. Com a ideia de manter o nativismo, se estimula a sujeira. Se você não tem onde fazer xixi, por exemplo, como irá conservar a beleza do lugar. Que constrangedor ter que urinar atrás dos cômoros de areia, não? É tão primitivo em um tempo que se tem acesso on line, que se fala pelo celular com qualquer lugar do planeta. Meu Deus, até quando?

Ah, e no Rio de Janeiro então. Pelo menos do Leme ao Pontal você vê banheiros nas casas de salva vidas, chuveirinho na areia, vestiários nas mesmas casas dos guarda costas. Claro, você paga uma pequena taxa, mas, se não quiser, não precisa fazer suas necessidades na areia. Até porque as praias do Rio são urbanas. Somente do Recreio para o Sul Fluminense é que se vê praias nativas, mas, no restante, é cidade mesmo.

O que falo são casos isolados. Em Salvador, por exemplo, no Porto da Barra, que é uma praia urbana, junto ao centro da cidade, não há banheiros e não há guarda sóis. Infraestrutura zero. Em plena Salvador, hoje uma meca do turismo nacional. Sendo assim, para quem não quer se expor a situações constrangedoras ou não quer virar um bife à milanesa tendo que deitar em uma areia onde cães e pombos já passaram, o melhor e ficar deitado em uma chaise loungue apreciando clássicos literários ou expoentes da atualidade. Quem fica em casa, deitado em uma chaise lounge ou no sofá lendo um bom livro, como o que farei neste verão, felicidades e uma ótima leitura.

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