segunda-feira, 23 de maio de 2011

VIDA CORRIDA E FELICIDADE PELO VIVER

Corro e corro. Todo o dia é a mesma agonia. Acordo antes do sol raiar. Pego a marmita com a comida quentinha, feita pela Maria. Coloco na bolsa, tomo uns goles de café, ainda saboroso, mesmo na garrafa térmica. Saio ligeiro e vou até o ponto do ônibus.

Ali, outros esperam o primeiro da manhã. O ônibus deixa o bairro em direção a outro ponto da cidade, bem perto da estação do trem. Deixo o coletivo e caminho, atravesso a passarela e entro na estação. O trem já vem lotado. Embarco no vagão. Sacudindo e lotado vou para o trabalho. Desço em uma parte do percurso e nem troco de plataforma. No mesmo espaço, pego outro trem, que me leva para a zona oeste. Saio do extremo sul e vou para o leste, do leste pego a ligação para o oeste. Desço na estação do oeste e tomo um ônibus. O dia já clareou, o sol tímido começa a aparecer e as nuvens já o encobrem.

Mais de duas horas depois de ter saído de casa, sem dar o beijo nos filhos, sem ouvir o latido do cachorro e apenas me despedir da Maria com um beijo na testa, chego ao trabalho. Vou pro vestiário, coloco o uniforme e vou para a oficina. O dia está puxado mesmo. O sinal bate. Meio dia. Almoço a comida da Maria. Arroz, feijão, bife, ovo frito, salada de tomate. Como uma banana de sobremesa e bebo um gole de café para ajudar a baixar a comida para o bucho.

O dia termina, volto pra casa. Tomo o primeiro ônibus. Chego na estação do oeste, tomo um trem, vai até o ponto leste. No leste eu desço e pego outro trem, para a zona sul. Na zona sul, tomo um ônibus de volta para onde moro. Mais duas horas para voltar para casa. Chego no lar. Todos assistem TV. As crianças, de banho tomado e limpinhas me abraçam. É o primeiro beijo do dia, já à noite. Maria está limpando a cozinha, pois já está com o jantar prontinho. Feijão novo, arroz quentinho, os bifes empanados também prontos, a salada de tomate e cebola.

A gente se senta à mesa, a gente reza, a gente agradece. Todos comem. Todos se olham, todos sorriem. Somos uma família feliz e abençoada. Meus filhos vem, me mostram os cadernos, me contam as novidades da vida. Do seu dia. O meu pequeno fala dos gols que fez na hora do recreio. Maria me fala da visita que fez a casa de minha mãe e do café com bolo de fubá que comeu por lá.

Eu sou feliz pelo que tenho. Trabalho de segunda à sexta-feira. No sábado, vou dar uma volta, jogo bola com os amigos. No domingo, passeio com a famíla. Vamos para o parque, para o shopping, para a casa dos avós. As crianças adoram. O cachorro também faz festa. Todos somos muito felizes.

E na segunda-feira, ainda antes do sol nascer, volta a correria.

Vida corrida, vida enlouquecida

Eu corro e corro e corro...

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